segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saiba mais sobre a estimulação medular espinhal, uma alternativa no tratamento da dor crônica

Escrito por Dr. Claudio Fernandes Corrêa

A dor crônica  é um sintoma que acomete a população de ambos os sexos e de diferentes faixas etárias, debilitando o indivíduo e interferindo na sua qualidade de vida. Para tratá-la, muitas vezes as terapias convencionais, baseadas em medicamentos e outras áreas adjuvantes, não são mais eficazes e suficientes, exigindo novas formas de tratamentos intervencionistas.

Quando as terapias convencionais falham no tratamento da dor crônica, uma das opções que têm ganhado espaço na medicina é a estimulação medular espinhal (EME). Trata-se de uma técnica na qual, após o uso de anestésico local, o especialista coloca fios flexíveis e finos com condutores elétricos, chamados de eletrodos, nas costas, dentro da coluna vertebral. A partir daí, os eletrodos são conectados a uma pequena bateria, que possibilita programar a corrente elétrica numa configuração que se direcione às regiões dolorosas exatas para promover o melhor alívio possível.

Segundo o neurocirurgião Claudio Fernandes Corrêa, a estimulação medular espinhal traz vantagens em relação a outros procedimentos cirúrgicos considerados mais invasivos por não apresentar efeitos colaterais e por ser reversível.

"A neuroestimulação medular apresenta grau de evidência para diferentes indicações. Naquelas indicações onde o grau de evidência científica não está claramente definido, há experiências inquestionáveis de grupos profissionais em instituições acadêmicas sérias, comprovando sua eficácia. Além de tudo, é um método de estimulação e reversível, se necessário for", ressalta.

Apesar de ter algumas contraindicações, o tratamento com a estimulação medular oferece um índice de redução da dor bastante elevado e que só pode ser compreendido por aqueles que sofrem com a dor crônica e têm comprometidas as suas atividades cotidianas.

"As contraindicações relacionam-se a condições clínicas gerais desfavoráveis, tais como processo infeccioso em vigência, além de distúrbios de coagulação, por exemplo. As indicações principais são relacionadas ao quadro de dor crônica neuropática e, menos frequentemente, dor mista, como nos pacientes com câncer que evoluem com dor", completa Claudio.

Outras aplicações da técnica

A técnica da neuroestimulação cresce exponencialmente em todo o mundo e é estudada por diversos pesquisadores da área neurocirúrgica, urológica, gastroenterológica e neurológica, entre outras. Anualmente, esses estudiosos apresentam seus trabalhos no Congresso Mundial de Neuromodulação, que ocorrerá em 2013 na cidade de Berlim, na Alemanha.

Com o avanço dos estudos na área, verificou-se a possibilidade de aplicação da técnica de estimulação em outras áreas além das dores crônicas, como na de neurocirurgia funcional. "A neuroestimulação envolve o tratamento dos transtornos do comportamento (depressão refratária, transtorno obsessivo compulsivo, agressividade, transtorno de ansiedade, etc.), bulimia, anorexia, síndromes de adição (cocaína, heroína, morfina, crack, tabagismo) e déficit de memória, como no Alzheimer", afirma Claudio.

Ainda de acordo com o neurocirurgião, a neuroestimulação também pode ser empregada na reabilitação de pacientes que sofreram acidente vascular encefálico, além de doenças com a presença de movimentos involuntários, como Parkinson, Distonia, Tremor Essencial.

Fonte: http://idmed.terra.com.br/viva-melhor/dicas-basicas/saiba-mais-sobre-a-estimulacao-medular-espinhal-uma-alternativa-no-tratamento-da-dor-cronica.html

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