No dia 04 de abril de 2003, sofri trauma no tendão de Aquiles em um acidente de trabalho. Mas, foi confirmada a lesão só 4 meses depois, tempo esse que trabalhei, tinha dificuldades para caminhar e muita dor. Fui submetida à ráfia de tendão 7 meses após o trauma inicial, contrai uma grave infecção e depois de 5 cirurgias em Tubarão-SC com complicações, houve necrose.
Familiares e amigos indicaram procurar tratamento em Curitiba-PR. Foi lá que encontrei o Dr. Rogério Bittencourt (Cirurgião Plástico) e o Dr. Sidney Silva de Paula (Ortopedista), que em conjunto realizaram grande procedimento cirúrgico (sexta cirurgia em abril de 2004) e conseguiram debelar o quadro infeccioso e restaurar parte do tendão destruído.
Infelizmente, existem as seqüelas quando sofremos grandes traumas e comigo não foi diferente. A dor só aumentou após a sexta cirurgia mesmo não existindo nenhuma lesão, pois estava tudo cicratizado. A dor e outros sintomas como edema, dormência no pé, sensação de queimação intensa principalmente no pé, alguns episódios de dor tipo descarga elétrica e todo quadro clinico foi constatado diagnostico de Síndrome Dolorosa Complexa Regional Tipo I.
Em outubro de 2004 comecei a ser acompanha também pelo meu atual médico o Dr. Alexandre Novicki Francisco que confirmou o diagnostico de Síndrome Dolorosa Complexa Regional Tipo I que tem como principal sintoma a dor crônica (CID M89.0 + R52.1 - Dor crônica intratável). A partir daí fui submetida a todos os esquemas possíveis para tratamento medicamentoso. Fazia fisioterapia regularmente, acupuntura e tantas outras coisas que me orientavam.
Em março de 2005, fui submetida a bloqueio neurolitico de plexo simpático lombar e obtive melhora de alguns sintomas menos em relação à dor que continuava muito intensa e tomando toda perna esquerda. O Dr. Alexandre Novicki Francisco trocava as medicações, aumentava as doses, tentava sempre vários esquemas e nada funcionava, além disso, tive alergias com varias medicações, efeitos colaterais terríveis.
Durante todo ano de 2006, as dores continuaram muito intensas apesar de toda medicação que eu fazia uso, então o Dr. Sidney Silva de Paula (Ortopedista) me indicou a exploração cirúrgica no local do trauma para ressecção de eventual neuroma, mas não concordei pelo porte da cirurgia e também porque o Dr. Sidney Silva de Paula (Ortopedista) me informou que a melhora em relação à dor era extremamente questionável.
A partir de janeiro de 2007, comecei a apresentar movimentos involuntários distonicos no pé, com alguns espasmos de maior amplitude em todo o pé. O Dr. Alexandre Novicki Francisco solicitou avaliação neuro-psicologica e concluiu-se eu ser boa canditada para implante de eletrodo para estimulação epidural medular lombar. Fiz uma cintilografia em abril de 2007, que mostrou sinais de rarefação óssea avançada no pé D, que corroborava para o diagnostico de Síndrome Dolorosa Complexa Regional Tipo I, confirmando o porque da refratariedade de todo e qualquer tipo de tratamento.
A partir dessa indicação procurei me informar sobre o procedimento na internet. Meus familiares, amigos pediam para que eu procurasse outros profissionais para uma segunda opinião. Sempre confiei e confio nos meus médicos. Por causa dos pedidos estive em São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Florianópolis-SC, Rio de Janeiro-RJ nesta ordem, todos os médicos que consultei foram unanimes para o mesmo diagnostico e indicação para o implante de eletrodo para estimulação epidural medular lombar.
No dia 28 de setembro de 2011 fui submetida a colocação cirúrgica de um eletrodo de neuroestimulação na medula, próximo à região que controla a dor dos pés, na região torácica. Um pequeno gerador foi implantado na região glútea que, conectado ao eletrodo, transmiti os impulsos elétricos para a medula, após a cirurgia já apresentei melhora de 80% da dor.
Este é apenas um pequeno resumo da minha longa caminhada de luta de mais de 8 anos contra Sindrome Dolorosa Complexa Regional, que graças a Deus, ao meu médico Dr. Alexandre Novicki Francisco, minha família e todas as pessoas que hoje fazem parte da minha vida teve um final muito feliz.
Reportagem Jornal no Ponto - Jovem realiza cirurgia e sente-se realizada
O que para muitos são casualidades do dia-a-dia, como abrir a porta de casa, para Márcia Pereira, 26 anos, uma tarefa quase impossível. Impossibilitada de andar devido a um acidente da trabalho, a jovem, hoje, comemora o sucesso da luta para realização da cirurgia que lhe trouxe de volta a esperança e a oportunidade de uma nova vida.
O Jornal No Ponto retratou está história que começou a mais de oito anos e que, agora, recebe o desfecho esperado por todos que acompanharam e contribuíram com a batalha de Márcia e de sua família.
Após o acidente de trabalho que lesionou gravemente seu tendão de Aquiles, Márcia realizou sete cirurgias. Desde a tentativa frustrada de reconstrução do tendão, lesionado em 80%, até operações que há deixaram seis meses em cadeira de rodas. Em uma última cirurgia até então, Márcia retirou totalmente o tendão, eliminando suas esperanças de um dia voltar a andar.
A base de fortes remédios para conter a dor que durava 24horas, como a morfina, Márcia e sua família buscaram especialistas de todo país, onde muitos deles, devido à complexidade do caso, recusaram efetuar algum tipo de tratamento na jovem.
Em Curitiba, Paraná, a família encontrou o médico Alexandre Novicki Francisco, chefe do serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário da PUC, que trata do caso de Márcia desde 2004. Alexandre constatou que a paciente sofria de uma Síndrome Dolorosa Complexa regional, uma doença rara e que tem como principal sintoma a dor crônica. Para tentar eliminar ou reduzir os sintomas da síndrome, foi indicada a Márcia a realização de uma oitava cirurgia. Essa, para a implantação de um neuroestimulador medular. “Com o implante podemos tratar doenças onde o funcionamento do sistema nervoso esteja comprometido, como observamos em casos de dor crônica, desordens do movimento (doença de Parkinson e distonia), epilepsia, espasticidade e distúrbios psiquiátricos. O uso de neuroestimuladores é o método mais moderno no tratamento destas enfermidades, consistindo no implante de dispositivos na medula e no cérebro, que através da estimulação elétrica ou infusão de medicamentos diretamente nestas estruturas, equilibra o funcionamento do sistema nervoso central ou periférico, tratando de maneira efetiva”, explica o especialista.
Outra vantagem do método é sua total reversibilidade e ajustabilidade de acordo com as necessidades do paciente, evitando os riscos de uma cirurgia tradicional, onde são lesadas, de maneira controlada, estruturas do sistema nervoso.
Para realizar a cirurgia, Márcia teve de levantar pouco mais de R$100 mil, já que este tipo de método não possui cobertura do Sistema Único de Saúde, SUS. Com o apoio da Rádio Verde Vale, a família realizou uma rifa e arrecadou parte do dinheiro necessário para a cirurgia. Além de doações da comunidade, Márcia contou com o importante apoio e compreensão do Deputado Estadual, José Nei Ascari. Graças à união dessas forças, Márcia realizou este mês, a cirurgia.
Apesar das chances de uma recuperação total ser de apenas 50%, a jovem nunca perdeu as esperanças e comemora a sua total recuperação após a intervenção. “Conseguir essa cirurgia foi algo imensurável. Um feito tão grande, que hoje não me permito sonhar com menos. Meus planos daqui para frente, também são grandes. Depois do período de recuperação, pretendo realizar sonhos antigos, antes impossíveis. Como voltar a minha vida em sociedade, participando das iniciativas comunitárias e realizando o sonho da graduação. Pretendo me formar na área de Biomedicina”, revela a jovem.
Apesar de ter de tomar alguns cuidados importantes, como evitar os efeitos de equipamentos de que transmitam ondas magnéticas, Márcia segue vida nova, valorizando as pequenas coisas. “Hoje, me sinto realizada em fazer pequenas coisas, corriqueiras ao dia-a-dia, mas que quando algo nos impede de realizar fazem diferença. Como abrir a porta de casa sem ajuda, e ter uma das mãos livres para me servir”, conta emocionada.